"Não sabendo que era
impossível, foi lá e fez." Jean Cocteau
O ano de 2012 foi um ano difícil
e turbulento para os estudantes da UFMG. A expansão irresponsável da
universidade promovida pelo REUNI e os constantes cortes de verbas do Governo
Dilma levou a greve dos professores e a diversas mobilizações dos estudantes
contra as condições de ensino (como nos cursos de Arquitetura, Música, Ciências
do Estado e de Montes Claros). Tivemos um ataque frontal por parte da reitoria
ao direito da assistência estudantil com o aumento absurdo bandejão para
R$4,15. A integração, a convivência e as atividades culturais entre os
estudantes continuam restritas pela proibição de festas e pela restrição aos
espaços de convivência. A privatização de uma unidade inteira da UFMG, o
Hospital das Clinicas, esta prestes a acontecer.
Se é inegável que há muito de
errado em nossa universidade, será que não conseguimos ver isso? Onde foram
parar as vozes de contestação? Não conseguimos mais ser ouvidos? Tiraram-nos a
possibilidade de lutar?
A participação do estudante na
vida política e cultural da universidade vem diminuindo há algum tempo, e o
movimento estudantil hoje se encontra totalmente afastado do estudante. Seja
pela postura autoritária de seguidas gestões de DCE, que ignoram os CAs e DAs e
outros coletivos da universidade; seja pelo empobrecimento da participação dos
estudantes a apenas o direito de voto nas eleições de DCE, sem (re)criar
ferramentas que permitam que ele seja sujeito das mudanças na universidade;
seja pelas práticas ultrapassadas de diversos grupos, que tratam os estudantes
como alienados que precisam ser conscientizados.
A gestão ONDA, que apresentou
importantes críticas a velha política e as práticas do movimento estudantil nas
últimas eleições, mostrou sua cara conservadora. Não conseguiu dar respostas às
demandas dos estudantes, tendo privilegiado as negociações e troca de favores
com a reitoria, ausentando-se de informar, mobilizar e construir conjuntamente
com os estudantes posicionamentos nas diversas questões da universidade, indo
muitas vezes contra o interesse dos estudantes. Nenhuma assembleia foi
realizada. As iniciativas políticas e culturais de qualquer grupo de
estudantes, e dos CAs e DAs não foram apoiadas pela gestão, sendo que em
algumas vezes foram até mesmo deslegitimadas.
CHEGA DE MAIS DO MESMO! CHEGA DA
VELHA POLÍTICA! PRECISAMOS DE UMA ALTERNATIVA! VAMOS RADICALIZAR A DEMOCRACIA
NA UFMG!
Queremos um movimento estudantil
e um DCE aberto, que dialogue e estimule a participação dos CAs e DAs, dos
grupos de cultura, dos coletivos contra as opressões. Queremos um movimento
estudantil autônomo, independente, combativo, pautado e construído pelos
próprios estudantes de maneira coletiva e transversal. Queremos novas práticas
políticas, cansamos de apenas ser representados, cansamos do autoritarismo e da
velha burocracia. Queremos uma universidade popular.
Para construir coletivamente o
DCE e a UFMG que queremos, convidamos todos os estudantes a participar da
Primeira Reunião da CHAPA NADA DEVE PARECER IMPOSSÍVEL DE MUDAR, na terça-feira
(20/11) às 18h na Arena do ICEX. Nossas propostas serão elaboradas nessa
reunião, então queremos escutar seu relato, suas sugestões!
Contatos: Leonardo Mattos -
leovmattos@gmail.com e Rana rana.fsa@hotmail.com