domingo, 25 de novembro de 2012

Contribuição do VAMOS À LUTA aos militantes da chapa Nada Deve Parecer Impossível de Mudar no DCE/UFMG.

EGITO
CHILE

BRASIL
GRÉCIA


Ato contra o aumento do bandejão UFMG
“É tempo de indignados” 

A eleição do DCE é um momento privilegiado para debatermos. Somos do Coletivo Vamos à Luta e compomos a oposição ao grupo que atualmente comanda o DCE. Estivemos nas principais lutas da universidade, pois somos independentes da reitoria e do governo Dilma. Como militantes do PSOL, construímos a campanha de Maria 50 que apontou uma alternativa real para a juventude de BH. Agora é hora de mudar a direção do DCE, queremos contribuir com o debate sobre o programa, pois NADA DEVE PARECER IMPOSSÍVEL MUDAR.

Fomos parte, em 2012, da maior greve dos últimos 20 anos nas Universidades federais. Estudantes, professores e técnicos foram às ruas lutar em defesa da Universidade pública e contra o corte de verbas de 5 bilhões de Dilma, que destina mais de 47% do PIB para os banqueiros. Ao invés de investir em educação o governo do PT/PMDB/PCdoB realiza expansão sem qualidade que não garante estrutura, assistência estudantil e precariza as condições de estudo e trabalho; falta reajuste salarial aos servidores e privatiza os hospitais universitários através da Ebserh. Enquanto se recusava a receber os grevistas, Dilma anunciava mais um pacote de privatização das estradas, o “kit da felicidade” de Eike Batista. 

Apesar do DCE-Onda, que se recusou a organizar os estudantes da UFMG. Nossa greve conquistou vitórias, como o aumento da verba do PNAES, e por isso a luta tem que continuar! 

No mundo inteiro, a juventude e os trabalhadores combatem os cortes de verbas dos governos, ditaduras, a falsa democracia dos ricos e as privatizações e tem se mobilizado e ido às ruas, como os indignados espanhóis, os estudantes chilenos em defesa da educação pública, as mobilizações no norte da África, os estudantes em greve estudantil no Quebéc, a greve geral na Argentina e a greve geral unificada na Espanha, Grécia e Portugal. Por isso cresce o questionamento as velhas formas de fazer política das direções traidoras, eleitoreiras e reformistas. Um exemplo é a derrota do Partido Comunista nas eleições dos DCE’s das principais universidades do Chile, visto que traíram a luta por educação gratuita. 

Este ano comemoramos 20 anos do Fora Collor, protagonizado pela juventude que pintou a cara e foi às ruas lutar contra a corrupção. Se em 1992 a UNE mobilizava a juventude contra a corrupção, hoje é diferente. A direção majoritária da UNE (PCdoB/PT) tornou-se parte do governo e, em meio ao julgamento do mensalão, ao invés de mobilizar os estudantes para irem às ruas lutar contra a corrupção no país e pelo julgamento e prisão de todos os corruptos, a UNE se cala, porque é defensora dos corruptos, como o ex-ministro dos Esportes, Orlando Silva (ex-presidente da UNE e Ministro pelo PCdoB), afastado do ministério devido às denúncias de corrupção. Uma vergonha para a história do movimento estudantil, que não pode mais contar com a direção majoritária para lutar. Além disso, outro dirigente do PCdoB, o Aldo Rebelo, foi o relator das mudanças do código florestal para beneficiar o agronegócio. 

Por isso durante a greve, os estudantes não aceitaram a direção majoritária da UNE no comando nacional de greve estudantil, porque não confiam numa direção que não luta contra os cortes de verbas, que mudou de lado e hoje recebe milhões de reais do governo em troca de seu silêncio e apatia, se tornando um verdadeiro braço do governo no movimento estudantil. Por outro lado, os estudantes também não aceitaram que outras entidades falassem em nome dos grevistas. Por isso a ANEL também foi impedida de negociar. Quem falou em nome dos estudantes grevistas foram os estudantes grevistas e seu comando de greve. 

 “O que querem os governos e a reitoria?” 

A juventude está cansada da velha política, repudia os escândalos de corrupção e o mensalão do PT e seus aliados. Lula está ao lado de Maluf em São Paulo, mostrando o quanto o PT se tornou mais um partido fisiológico e que seus compromissos são com os ricos e corruptos. É necessário ter compreensão do significado dos 10 anos de governo do PT, que criminaliza os grevistas da educação, não governa para juventude e para os trabalhadores, não trata a educação como prioridade e corta mais de 90 bilhões das áreas sociais nos últimos dois anos para destinar aos banqueiros. 

Infelizmente a reitoria da UFMG segue esse mesmo caminha e atua como principal parceiro do governo, dando sustentação aos ataques e a privatização da universidade como no caso da EBSERH e na sustentação de um modelo falido e privatista de assistência estudanitil – FUMP. 

Em Minas Gerais o governador Anastasia não valoriza e persegue os professores, atacando o direito de greve e de organização sindical, como na época da ditadura. O prefeito Marcio Lacerda, por sua vez, administra Belo Horizonte como uma verdadeira empresa, expulsa famílias de suas casas para atender os interesses da especulação imobiliária, e já anunciou que vai aumentar o preço da tarifa de ônibus para atender os interesses dos seus financiadores de campanha, a juventude já demonstra que vai resistir a mais esse aumento, o DCE UFMG tem que estar nessa luta! 

 “O movimento estudantil da UFMG” 

Na UFMG, o DCE-Onda, prefere tomar cafezinho com a reitoria que organizar e ouvir os estudantes, prova disso é a omissão e consentimento no aumento do “bandejão” e um conselho de CA´s e DA´s como mero coadjuvante no Movimento Estudantil. Não podemos aceitar que a juventude da direita continue no DCE. Pois o DCE precisa estar presente nas lutas, organizando os estudantes.

Também não podemos aceitar a chapa da Dilma e do mensalão que irá continuar a trair os estudantes e defender os interesses do governo, assim como fazem na direção majoritária da UNE. Infelizmente as outras duas chapas da esquerda, priorizam a sua autoconstrução em detrimento das necessidades e reivindicações dos estudantes, prova disso é o desgaste que chegou o movimento estudantil na UFMG e que permitiu a ascensão da direita. 

É imprescindível que o DCE esteja pronto para tocar a luta junto aos estudantes denunciando os governos, os cortes de Dilma, a expansão sem qualidade e tudo aquilo que transforma a universidade em uma “fábrica” de diploma em função de interesses privados. Os estudantes da UFMG precisam da diminuição imediata do preço do bandejão, do reajuste das bolsas para equipara-las ao valor do salário mínimo, de mais vagas de moradia estudantil, de ônibus inter-campi. É necessário defender o Hospital das Clínicas e barrar a política de privatizações do governo, como a EBSERH (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares) e para isso é necessário mudar radicalmente a política do DCE. É momento de transformar em luta as nossas demandas, é necessário debater qual a nossa concepção de universidade e fazermos uma análise profunda da política e da conjuntura, só assim teremos elementos para compreender quais os significados da greve na educação, da nossa luta contra o aumento do bandejão, por que queremos uma pró-reitoria de assistência estudantil e por que somos contra a privatizações dos HU´s.

“O DCE que queremos”

Acreditamos ser de extrema importância discutir novas formas no movimento estudantil, como a radicalização da democracia, os estudantes devem voltar a se tornarem protagonistas, por isso é hora de novas práticas e novos instrumentos, para termos um DCE criativo que inove na forma e radicalize na ação. No entanto não podemos nos furtar de também denunciar a velha política, pois é uma tarefa fundamental denunciar os inimigos da Universidade e apontar uma alternativa real para milhares de estudantes da UFMG. Queremos um DCE para e com os estudantes, organizando as lutas, com independência de governos, partidos e reitorias. Queremos um DCE indignado, que denuncie os ataques do governo Dilma e da reitoria Campolina. Um DCE que fale a língua dos estudantes, mas que não se furte de dizer o que está errado. Nosso coletivo, o Vamos à Luta, só tem razão de existir para contribuir com esse tipo de construção. Estamos em mundo que está mudando. Desde o Egito, Grécia, Chile a juventude cansou de esperar, cabe a nossa geração fazer o mesmo. Queremos trazer os ventos das primaveras para a UFMG e fazer parte de tudo isso que está em gestação, nas palavras do escritor uruguaio Eduardo Galeano: “este mundo de merda está grávido, grávido de um mundo novo”. 

Coletivo Vamos à Luta