terça-feira, 25 de setembro de 2012

Consulta eleitoral UFU 2012



No primeiro turno, apoiamos a chapa “Todas as Vozes”, com a professora Rosuita Fratari para reitoria e o professor Mauro como Vice. Acreditamos na construção da candidatura e no quanto ela foi importante para apresentar outro modelo de Universidade. Esta plataforma trazia propostas para uma Universidade realmente pública.

Neste segundo turno entre o atual reitor Alfredo Júlio, e o ex-vice-reitor da UFU (gestão 2004 – 2008) Elmiro Rezende, para além de continuarmos construindo a Campanha “#ForaAlfredo”, cabe salientar alguns aspectos de ambas as candidaturas e seus programas. Neste sentido, elencamos abaixo algumas ponderações acerca tanto do que foi a gestão 2008 – 2012, quanto do histórico que o candidato Elmiro nos traz. Além de pontuarmos algumas das propostas de ambos os programas.
Após 4 anos da Gestão 100% UFU, composta pelo reitor Alfredo e seu vice Darizon, muitas mudanças ocorreram na Universidade, algumas se caracterizam enquanto avanços, dentre outras que são concretamente retrocessos gigantes na democracia da UFU. Para pontuar os “avanços” faz-se necessário regastar o início da gestão, em 2008.

Na gestão anterior à do Alfredo, composta pelo Professor Arquimedes como reitor e o atual candidato a reitoria, Elmiro como vice, o REUNI foi aprovado, ainda no fim de 2007. Com a implantação do REUNI, uma verba foi destinada à nossa universidade com vistas à sua expansão. É graças a essa verba que novos blocos foram construídos. Com a destinação dessa verba, ficou então, a cargo da reitoria que assumiu a gestão da Universidade administrá-la. Logo, os avanços caracterizados na construção de prédios novos, muitos deles ainda não finalizados, nos mostram que a atual administração não fez nada além do que a própria função que uma administração superior deva cumprir. Estas construções são utilizadas como campanha eleitoral para deixar no plano de fundo o verdadeiro posicionamento político dos administradores Alfredo e Darizon.

Estes posicionamentos não são a favor da comunidade acadêmica, da democracia na Universidade, mas sim em prol de uma pequena parte da comunidade que apoia suas práticas políticas. Para além da falta de diálogo com a comunidade da UFU, esta gestão se caracteriza pela perseguição às pessoas/grupos que são oposição à gestão, além de não cumprir diversas propostas que foram feitas ainda no momento da campanha eleitoral, sendo estas essenciais para a permanência estudantil, como por exemplo, a criação do ônibus intercampi. Vale relembrar ainda a contribuição da atual reitoria no processo jurídico de 11 estudantes, pela ocupação da reitoria em 2010 contra o fim da utilização dos Centros de Convivência para fins culturais. Neste sentido, administrar a Universidade é um dever de qualquer gestão que assumi-la, porém ser democrática e construir uma universidade pública de fato, são escolhas que a gestão do Alfredo não fez. Por estes e outros motivos, somos contrários a reeleição deste grupo, que hoje se caracteriza na Chapa “UFU sem fronteiras”.

Já a candidatura do professor Elmiro nos traz algumas outras reflexões. Elmiro Rezende foi vice-reitor da gestão 2004 – 2008. Gestão essa que em 2007, conforme já dito, aprovou o Plano de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI) em um conselho feito às escondidas no campus Umuarama. Um conselho no qual os conselheiros discentes não foram convocados, nem mesmo as entidades representativas dos Estudantes, e dos professores. Enquanto estes estudantes se reuniam na porta da reitoria e protestavam contra o REUNI junto à figura do então reitor Arquimedes Diógenes Ciloni, o então vice reitor, Elmiro Rezende, convocou os representantes do conselho favoráveis à aprovação do referido projeto, e de modo ilegítimo aprovou o REUNI.

É importante ressaltar que grande parte da então gestão do candidato Elmiro, fragmentou-se ainda em 2008, na candidatura do Professor Antônio de Almeida à reitoria, e em 2012 se unificaram em torno da candidatura do Professor Elmiro e da Professora Rosuíta. A crítica feita pelo grupo que se unificou em torno da candidatura da Professora Rosuíta é a mesma apontada por nós: a falta de um diálogo francamente democrático e coletivo, e o desejo de construir uma universidade totalmente pública, gratuita e de qualidade.

Ao analisarmos o programa apresentado pela chapa do professor Elmiro, ele aponta que o REUNI é bem vindo, sem fazer nenhuma crítica ao mesmo. Em nosso entendimento, a universidade deve ser universalizada, porém não a partir de políticas como o REUNI, que aumenta o número de vagas sem o devido financiamento, caracterizando uma enorme deficiência orçamentária para as universidades, acarretando em perda de qualidade do ensino, pesquisa e extensão, e também das condições de trabalho dos servidores e professores da UFU.

Referente às propostas para o ensino, divergimos completamente da visão de “ampliar, valorizar e consolidar o ensino a distância”. Em nosso entendimento, educação não é fast-food, e o ensino a distância não possibilita uma formação de fato, sendo apenas uma formação rápida de mão de obra.Contudo, concordamos com alguns pontos do programa ao passo que ele aponta que a UFU sofreu na atual gestão, uma quebra de compromissos e valores, principalmente no que diz respeito a função social da universidade, como citado no início desta carta. Concordamos com as diretrizes de gestão – democracia, diálogo, combate a alienação, assistência estudantil, dentre outros – contudo, há que se pontuar, que dialogar, ser democrático, não é o simples fato de conversar e ouvir as reivindicações, mas de fato se propor e ter vontade política para cumprir as questões, dando de fato respaldo para as entidades e movimentos sociais.

No que tange a assistência estudantil, existem propostas que acreditamos serem importantes: ônibus intercampi gratuito, ampliação e construção de RUs e o seu funcionamento nos finais de semana, e o esporte, enquanto qualidade de vida. Outra proposta, que concordamos - apesar de acreditarmos que ela poderia avançar mais - é o auxílio creche, na forma de bolsa. Em nosso entendimento, uma creche universitária deve ser construída, garantindo não somente a assistência estudantil aos estudantes que são pais e mães, mas cumprindo também uma função pedagógica para diferentes cursos, tais como pedagogia, nutrição, enfermagem, medicina, educação física, psicologia entre vários outros.

O ultimo ponto que achamos interessante colocar, é referente a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), criada pelo governo federal no intuito de privatizar parte dos serviços do hospital. Na carta programa, está explícito que o grupo é contrário à contratação da EBSERH, contudo não foi essa posição que encontramos nos debates. Quando questionado, Elmiro afirmou que a contratação ou não da empresa seria balizada na opinião da comunidade do hospital universitário, contudo, os técnicos-administrativos, os estudantes, e também a Adufu já se posicionaram contrários à contratação. Portanto no nosso entendimento a posição do grupo não está clara quanto a este ponto.

Finalizamos esta carta, convocando tod@s os estudantes da UFU a nos dias 26 e 27, dizerem #foraalfredo, com vistas a uma Universidade, que mesmo que não contemple todos os nossos anseios e perspectivas, ao menos avance rumo à uma gestão democrática.

Coletivo Vamos à Luta Uberlândia