No primeiro turno, apoiamos a
chapa “Todas as Vozes”, com a professora Rosuita Fratari para reitoria e o
professor Mauro como Vice. Acreditamos na construção da candidatura e no quanto
ela foi importante para apresentar outro modelo de Universidade. Esta
plataforma trazia propostas para uma Universidade realmente pública.
Neste segundo turno entre o atual
reitor Alfredo Júlio, e o ex-vice-reitor da UFU (gestão 2004 – 2008) Elmiro
Rezende, para além de continuarmos construindo a Campanha “#ForaAlfredo”, cabe
salientar alguns aspectos de ambas as candidaturas e seus programas. Neste
sentido, elencamos abaixo algumas ponderações acerca tanto do que foi a gestão
2008 – 2012, quanto do histórico que o candidato Elmiro nos traz. Além de
pontuarmos algumas das propostas de ambos os programas.
Após 4 anos da Gestão 100% UFU,
composta pelo reitor Alfredo e seu vice Darizon, muitas mudanças ocorreram na
Universidade, algumas se caracterizam enquanto avanços, dentre outras que são
concretamente retrocessos gigantes na democracia da UFU. Para pontuar os
“avanços” faz-se necessário regastar o início da gestão, em 2008.
Na gestão anterior à do Alfredo,
composta pelo Professor Arquimedes como reitor e o atual candidato a reitoria,
Elmiro como vice, o REUNI foi aprovado, ainda no fim de 2007. Com a implantação
do REUNI, uma verba foi destinada à nossa universidade com vistas à sua
expansão. É graças a essa verba que novos blocos foram construídos. Com a
destinação dessa verba, ficou então, a cargo da reitoria que assumiu a gestão
da Universidade administrá-la. Logo, os avanços caracterizados na construção de
prédios novos, muitos deles ainda não finalizados, nos mostram que a atual
administração não fez nada além do que a própria função que uma administração
superior deva cumprir. Estas construções são utilizadas como campanha eleitoral
para deixar no plano de fundo o verdadeiro posicionamento político dos
administradores Alfredo e Darizon.
Estes posicionamentos não são a
favor da comunidade acadêmica, da democracia na Universidade, mas sim em prol
de uma pequena parte da comunidade que apoia suas práticas políticas. Para além
da falta de diálogo com a comunidade da UFU, esta gestão se caracteriza pela
perseguição às pessoas/grupos que são oposição à gestão, além de não cumprir
diversas propostas que foram feitas ainda no momento da campanha eleitoral,
sendo estas essenciais para a permanência estudantil, como por exemplo, a
criação do ônibus intercampi. Vale relembrar ainda a contribuição da atual
reitoria no processo jurídico de 11 estudantes, pela ocupação da reitoria em
2010 contra o fim da utilização dos Centros de Convivência para fins culturais.
Neste sentido, administrar a Universidade é um dever de qualquer gestão que
assumi-la, porém ser democrática e construir uma universidade pública de fato,
são escolhas que a gestão do Alfredo não fez. Por estes e outros motivos, somos
contrários a reeleição deste grupo, que hoje se caracteriza na Chapa “UFU sem
fronteiras”.
Já a candidatura do professor
Elmiro nos traz algumas outras reflexões. Elmiro Rezende foi vice-reitor da
gestão 2004 – 2008. Gestão essa que em 2007, conforme já dito, aprovou o Plano
de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI) em um conselho
feito às escondidas no campus Umuarama. Um conselho no qual os conselheiros
discentes não foram convocados, nem mesmo as entidades representativas dos
Estudantes, e dos professores. Enquanto estes estudantes se reuniam na porta da
reitoria e protestavam contra o REUNI junto à figura do então reitor Arquimedes
Diógenes Ciloni, o então vice reitor, Elmiro Rezende, convocou os
representantes do conselho favoráveis à aprovação do referido projeto, e de
modo ilegítimo aprovou o REUNI.
É importante ressaltar que grande
parte da então gestão do candidato Elmiro, fragmentou-se ainda em 2008, na
candidatura do Professor Antônio de Almeida à reitoria, e em 2012 se unificaram
em torno da candidatura do Professor Elmiro e da Professora Rosuíta. A crítica
feita pelo grupo que se unificou em torno da candidatura da Professora Rosuíta
é a mesma apontada por nós: a falta de um diálogo francamente democrático e
coletivo, e o desejo de construir uma universidade totalmente pública, gratuita
e de qualidade.
Ao analisarmos o programa
apresentado pela chapa do professor Elmiro, ele aponta que o REUNI é bem vindo,
sem fazer nenhuma crítica ao mesmo. Em nosso entendimento, a universidade deve
ser universalizada, porém não a partir de políticas como o REUNI, que aumenta o
número de vagas sem o devido financiamento, caracterizando uma enorme
deficiência orçamentária para as universidades, acarretando em perda de
qualidade do ensino, pesquisa e extensão, e também das condições de trabalho
dos servidores e professores da UFU.
Referente às propostas para o
ensino, divergimos completamente da visão de “ampliar, valorizar e consolidar o
ensino a distância”. Em nosso entendimento, educação não é fast-food, e o
ensino a distância não possibilita uma formação de fato, sendo apenas uma
formação rápida de mão de obra.Contudo, concordamos com alguns pontos do
programa ao passo que ele aponta que a UFU sofreu na atual gestão, uma quebra
de compromissos e valores, principalmente no que diz respeito a função social
da universidade, como citado no início desta carta. Concordamos com as
diretrizes de gestão – democracia, diálogo, combate a alienação, assistência
estudantil, dentre outros – contudo, há que se pontuar, que dialogar, ser
democrático, não é o simples fato de conversar e ouvir as reivindicações, mas
de fato se propor e ter vontade política para cumprir as questões, dando de
fato respaldo para as entidades e movimentos sociais.
No que tange a assistência
estudantil, existem propostas que acreditamos serem importantes: ônibus
intercampi gratuito, ampliação e construção de RUs e o seu funcionamento nos
finais de semana, e o esporte, enquanto qualidade de vida. Outra proposta, que
concordamos - apesar de acreditarmos que ela poderia avançar mais - é o auxílio
creche, na forma de bolsa. Em nosso entendimento, uma creche universitária deve
ser construída, garantindo não somente a assistência estudantil aos estudantes
que são pais e mães, mas cumprindo também uma função pedagógica para diferentes
cursos, tais como pedagogia, nutrição, enfermagem, medicina, educação física,
psicologia entre vários outros.
O ultimo ponto que achamos
interessante colocar, é referente a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares
(EBSERH), criada pelo governo federal no intuito de privatizar parte dos
serviços do hospital. Na carta programa, está explícito que o grupo é contrário
à contratação da EBSERH, contudo não foi essa posição que encontramos nos
debates. Quando questionado, Elmiro afirmou que a contratação ou não da empresa
seria balizada na opinião da comunidade do hospital universitário, contudo, os
técnicos-administrativos, os estudantes, e também a Adufu já se posicionaram
contrários à contratação. Portanto no nosso entendimento a posição do grupo não
está clara quanto a este ponto.
Finalizamos esta carta,
convocando tod@s os estudantes da UFU a nos dias 26 e 27, dizerem #foraalfredo,
com vistas a uma Universidade, que mesmo que não contemple todos os nossos
anseios e perspectivas, ao menos avance rumo à uma gestão democrática.
Coletivo Vamos à Luta Uberlândia