sexta-feira, 6 de julho de 2012

NOVO AUMENTO DO BANDEJÃO DA UFMG: R.U. MAIS CARO DO BRASIL!

Mais uma vez, a universidade fechada e para poucos do Brasil, mais conhecida como UFMG, anunciou novo aumento nas refeições do restaurante universitário. Vergonhosamente, em um contexto de greves e mobilizações de docentes, estudantes e técnico-administrativos, a reitoria e a fundação de assistência estudantil (FUMP) aprovaram na última reunião do conselho universitário, realizada no dia 03/07, a seguinte tabela de preços:

- o nível I de carência terá refeição gratuita (anteriormente a refeição de todos os níveis era de R$ 0,75);
- os níveis II e III pagarão R$ 1,00;
- o novo nível IV pagará 2,90;
- os demais estudantes não-classificados pela fundação pagarão R$ 4,15;
- comunidade externa pagará R$ 8,50;

Para ter uma ideia, o número de estudantes considerados carentes (nível I, II e III) pela FUMP no ano de 2011 foi de 4.732 em um universo de 49.254 estudantes da universidade. O número de estudantes carentes de nível I que terão acesso gratuito ao restaurante, pelos dados da fundação do ano passado, será por volta de 2.600. Não alongar muito nesses dados, mas isso representa pouco mais de 5% dos estudantes da UFMG que não pagarão pelas suas refeições, outros 4% pagarão R$ 1,00. Não sabemos ainda quantos estudantes serão classificados como nível IV, mas pelos números de estudantes considerados carentes até então pela FUMP, esse número não será expressivo. Dessa forma, é possível que mais de 80% dos estudantes paguem R$ 4,15 por uma refeição no restaurante universitário.


A argumentação do aumento foi construída em cima planilhas orçamentárias, dados, estatísticas, isto é, assentou-se no discurso burocratizado do melhor gerenciamento do restaurante. Ora, como os outros restaurantes universitários de outras universidades se mantêm? Seria uma realidade tão especial a da UFMG para aumentar a refeição para R$ 4,15? O que não se percebe, ou que se opta por não perceber, é que os restaurantes universitários estão inseridos nas políticas de assistência e permanência estudantis, que inclusive têm recursos federais específicos para esse fim.


Temos a certeza de que a grande maioria dos estudantes desconhece esse aumento, no mínimo, escandaloso. A universidade está em greve e também praticamente entrou de férias (para os professores que decidiram entrar de greve somente após o fim de semestre).


O movimento estudantil, dos professores e técnico-administrativos realizaram uma importante manifestação no dia em que foi aprovado os novos aumentos, mas ainda foi insuficiente para barrá-los.


Nas próximas semanas temos que acumular forças, denunciar os aumentos, esclarecer os estudantes (mesmo que pela internet) para que a palavra de ordem escrita em vários cartazes da manifestação se concretize: R$ 4,15 não passará! (na verdade, nos cartazes estava escrito “R$3,80 não passará!”, segundo a FUMP, por um erro de cálculo, a proposta do novo valor das refeições foi de R$ 3,80 para R$ 4,15...absurdo, não?!).

Rodrigo dos Santos Crepalde – Doutorando em Educação.