sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Nota de Ruptura do Coletivo Vamos à Luta com a Chapa 2 - Ousadia para Eleições do Da FAFICH - UFMG

Juntamente com estudantes independentes e da ANEL/PSTU, o Coletivo Vamos à Luta iniciou a construção de uma chapa unitária de esquerda para concorrer as eleições do Diretório Acadêmico da FAFICH na UFMG. Nossa intenção era construir um Diretório Acadêmico que estivesse a serviço da organização e mobilização dos estudantes, com uma estrutura radicalmente democrática, com um perfil de combate e de oposição frontal a Reitoria, a Diretoria da FAFICH e ao DCE governista. Em sintese, um DAFAFICH que estivesse em sintonia com o espírito das jornadas de junho.

Ao passo que a campanha se desenhava os militantes da ANEL passaram a tentar impor e definir toda a política de construção da chapa, desde o nome até a "linha" do discurso na passagem em sala, fato que não refletia a realidade de uma chapa plural formada majoritariamente por estudantes independentes, nem muito menos um processo de construção democrático com esforço de todas as partes (principalmente das forças políticas) para garantir a unidade, uma vez que eramos a única chapa de esquerda, as outras são ligadas ao PT, Consulta Popular e PSDB, ou seja, existia a necessidade de um consenso político para derrotar a direita e o governismo. A democracia nada tem a ver com manobras de uma força política para impor sua vontade a outras correntes e aos próprios estudantes.

Os companheiros da ANEL construíram o material da chapa, sem fazer o combinado, em vez de enxugar os textos consensuais, cortaram o texto construído democraticamente e simplesmente colocaram um texto escrito por um de seus militantes no lugar. Repetiu-se esse cenário em quase todos os textos e tópicos do material da chapa. O material foi impresso antes de ser aprovado pelo conjunto da chapa, pois segundo eles poderíamos perder tempo para fazer campanha. Perguntamos aos companheiros, foi por esse motivo que suprimiram os textos com maior consenso e colocaram em sua grande maioria, os textos escritos pelos militantes da ANEL?

O seminário da chapa que servia para atrair pessoas para construir conosco um novo movimento estudantil, pautado principalmente pela base, foi esvaziado, seguiu-se assim também as reuniões a cada dia que se passava. Enquanto isso os militantes da ANEL/PSTU propunham horários de reunião em que só eles poderiam comparecer com poucos militantes independentes. Os companheiros demonstraram que não conseguem ser democráticos e responsáveis. A lógica dos companheiros foi de aparelhar. E se agiram assim durante alguns dias de construção, tudo nos leva a crer que também fariam isso numa possível gestão.

Esses elementos nos levam a acreditar que para os companheiros da ANEL o mais importante não é derrotar o governismo na base e nem garantir um Diretório Acadêmico democrático a serviço da luta dos estudantes. A política desse setor teve como centro a pura e simples disputa de aparato e colocar o DAFAFICH a serviço da construção de um aparato maior, a ANEL. Política que justifica a paralisia e inércia da última gestão do DAFAFICH, que era composta pelos militantes da ANEL. Não concordamos com essa política que prioriza o aparato em detrimento na necessidade dos estudantes.

Por esses motivos, nos juntamos aos militantes independentes das Ciências Sociais, e nos retiramos da Chapa 2 – Ousadia, cientes que continuaremos batalhando nas bases pela construção de uma nova direção politica para os estudantes, no dia-a-dia da sala de aula e nos enfrentamentos cotidianos.


Diogo Henrique Silva
Pedro Otávio Maia Garcia
Everton Luz de Paula Júnior
Danilo Bianchi

29 de Agosto de 2013
Coletivo Vamos à Luta FAFICH