domingo, 24 de novembro de 2013

MANIFESTO: JUVENTUDE VAMOS À LUTA UFMG - NOVEMBRO 2013

Em 2013 o Brasil foi sacudido com as jornadas de junho que desafiaram os políticos e as autoridades, os milhões de jovens que foram as ruas não estão dispostos a aceitar as péssimas condições de vida destinada a nossa geração. Convivemos com vários problemas sociais: no transporte, serviços públicos, no trabalho cada vez mais precarizado e a alta inflação que prejudica até as nossas necessidades elementares. Enquanto isso, os governos cortam gastos da áreas sociais, vendem o patrimônio público, destinam quase metade do orçamento para os banqueiros, reprimem os que ousam lutar e saqueiam os cofres públicos para engordar os seus bolsos. Na UFMG, a política do Governo Dilma de privatizações, precarização dos serviços públicos e repressão aos estudantes mostra a lógica que tentam implementar na Universidade: atender aos interesses dos ricos em detrimento dos sonhos de uma juventude trabalhadora.

LUGAR A JUVENTUDE TRABALHADORA! 
MAIS VERBAS PARA A EDUCAÇÃO!
Muitos estudantes da UFMG necessitam trabalhar para se sustentar. Não existe na UFMG, nenhuma política concreta que auxilie esses estudantes a aproveitarem todas as oportunidades oferecidas pela universidade. Os projetos de bolsa-trabalho e/ou estágios são insuficientes, pois oferecem bolsas que giram em torno de 400 reais, que não é suficiente para arcar com as despesas do dia a dia, além disso o estudante realiza um trabalho de servidor, sem nenhum direito trabalhista. Somos contra o trabalho precarizado. Para atender a juventude trabalhadora é necessário mais verbas para a educação e esse não é só um problema da reitoria, mas também do governo federal.
Dilma dizia que iria atender as reivindicações por mais verbas para educação expressa em milhares de cartazes em junho. Grande Mentira! O orçamento do governo para 2014 prevê apenas cerca de 3% das verbas para educação, enquanto um trilhão de reais (42%) vai para o bolso dos mais ricos através do pagamento da dívida pública. Os estudantes precisam de mais verbas para a educação pública já! Defendemos o fim do pacto de ajuste fiscal de Dilma, governadores e prefeitos e a suspensão imediata do pagamento dívida, realizando auditoria de todos os contratos e destinando esses recursos para a educação e áreas sociais! Queremos o aumento do numero das bolsas e que os valores sejam reajustados anualmente em negociação direta entre a reitoria/MEC e uma comissão dos bolsistas juntamente com o DCE! Exigimos que o valor das bolsas não seja inferior ao salário mínimo, nem que existam restrições para obtenção das mesmas, tarifa zero para o bandejão!


POR UMA PRÓ-REITORA DE ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL, SEM A FUMP!
Na UFMG a assistência estudantil é gerida por uma fundação de direito privado – FUMP. No ano passado, fruto da greve nacional, conseguimos aumentar o repasse para a assistência estudantil. Mas na UFMG a assistência estudantil só vem piorando, raros são os casos de estudantes que conseguem ser assistidos pela FUMP, o bandejão é um dos mais caros do Brasil. Essa fundação gasta 3 milhões por ano para manter a máquina burocrática e mesmo assim está a beira da falência. Somos contra a proposta da reitoria que pretende criar uma Pró-Reitoria de Assistência Estudantil, mas manter a FUMP. Só é possível ter assistência estudantil de qualidade com mais verbas para a educação e com uma Pró-Reitoria gerida pela comunidade acadêmica, de forma democrática e transparente, sem a FUMP.

NÃO À EBSERH E AS PRIVATIZAÇÕES DE DILMA!
A EBSERH é a forma que o governo Dilma (PT/PMDB/PCdoB) encontrou de privatizar os Hospitais Universitários (HU’s), tentando esconder que está privatizando. Mas garante a dupla-entrada nos HU’s: pelo SUS e pelos planos de saúde privados. O plano de privatização segue seu curso e vai agora para votação no Conselho Universitário, mesmo com um plebiscito com vitória esmagadora de não adesão à EBSERH. Nessa mesma lógica, o governo Dilma afirma que o leilão do Campo de Libra não é privatização, mas entrega o pré-sal para as multinacionais estrangeiras a preço de banana para poder garantir o pagamento da dívida pública e engordar o bolso dos banqueiros e ainda colocou o Exército e Força de Segurança Nacional nas ruas para reprimir os manifestantes como fez em junho quando derrubamos o aumento das passagens de ônibus. Dilma privatiza o petróleo, portos, aeroportos, rodovias, os HU’s, etc.
Porque queremos barrar a EBSERH? Nas ruas em junho, milhares de pessoas reivindicavam uma saúde pública “padrão Fifa”. A EBSERH é a contramão disso. Entendemos que os HU’s tem que estar à serviço dos estudantes que tem lá sua prática de ensino, dos servidores que lá trabalham, e dos usuários do SUS. Por isso, defendemos um Hospital 100% estatal e administrados pelos trabalhadores da saúde conjuntamente com a comunidade acadêmica e a população usuária! Fim das privatizações e da repressão ordenada por Dilma, Anastasia e Lacerda! Fim dos contratos com a FIFA e empreiteiras destinando esses recursos para educação, transporte e saúde estatais! Revogação do Leilão de Libra e de todas as privatizações! Por uma Petrobras 100% estatal e sob controle dos trabalhadores! Fim da repressão contra as manifestações! Pela desmilitarização da PM!

A FALSA DEMOCRACIA DA CONSULTA PARA REITOR E DOS CONSELHOS SUPERIORES!
Na consulta para eleger o reitor da UFMG a chapa “Outra UFMG É Possível” foi vitoriosa, mas apesar da maioria dos votos não foi para o segundo turno, pois os votos são divididos da seguinte forma: os docentes possuem 70% de peso e os outros 30% são divididos entre discentes e técnico-administrativos. Na realidade a comunidade acadêmica não tem nenhum poder de decisão, se chama “consulta”, pois o poder real de eleger o reitor é do Governo Federal, por intermédio do Ministro da Educação. Os Conselhos Superiores seguem a mesma forma anti-democrática.
Assim como no REUNI, governo e reitorias propõe que a votação da EBSERH ocorra numa reunião de Conselho Superior da Universidade. Este é um espaço totalmente anti-democrático onde 70% das vagas são destinadas a professores e os pró-reitores – em sua maioria eleitos por ninguém. Um Conselho burocrático que nada faz para resolver os problemas que enfrentamos na Universidade (bolsas, bandejão, etc). Não foi à toa que as Câmaras e Assembleias Legislativas foram atingidas nas manifestações, pois são espaços que não representam a população, que estava na rua questionando a falsa democracia onde poucos privilegiados decidem.
Devemos seguir o exemplo dos estudantes de São Paulo que ocupam a reitoria da USP exigindo democracia. Defendemos a realização de um Congresso estatuinte livre, autônomo, soberano e democrático para rever nosso estatuto e os mecanismos de decisão da UFMG. Esse é o fórum legitimo, eleito na base, que poderia gestar um novo conselho da comunidade universitária composto pelas três categorias de forma paritária (com igual peso) garantindo decisões democráticas sobre os rumos da instituição e decidindo o modelo de administração da UFMG. De forma imediata defendemos a composição paritária de todos os Conselhos da UFMG e que as próximas eleições para reitor sejam realizadas com base no voto universal (cada pessoa é igual a um voto) desconhecendo a lei dos 70%. Mesmo procedimento que devemos utilizar imediatamente nos demais órgãos.

NAS ELEIÇÕES DO DCE, DERROTAR A DIREITA E O GOVERNO!
Infelizmente, a atual gestão do DCE-UFMG (LPJ e Kizomba/PT) esteve muito aquém de organizar essas lutas na Universidade. Não chama os estudantes a organizar uma luta que enfrente e derrote a reitoria e os governos. E isso não é à toa. A maioria dos membros do atual DCE são base de Dilma e alguns estão enfiados nos gabinetes petistas. Em um ano de gestão, apesar de muita propaganda, pouco fizeram com relação a EBSERH, a FUMP e o bandejão, preferiram organizar debates com parlamentares do PT e quando os estudantes ocuparam a reitoria durante a jornadas de junho, o DCE transformou a ocupação num palanque para professores, em sua maioria fura-greve e pró-governo.
O DCE não convocou os Conselhos de CA’s e DA’s (CEB’s) para discutir junto com os cursos como organizar as lutas. Alguns grupos que estão no DCE são os mesmos grupos que estão na direção da UNE, fazem parte dos governos que reprimiram os manifestantes nas ruas, que mataram o Amarildo e que bateram nos professores. Não podemos mais tolerar a juventude dos gabinetes no DCE-UFMG. É necessário seguir o exemplo das lutas anticapitalistas que percorrem o mundo e possuem grande protagonismo da juventude: nas revoluções árabes no Norte da África, na Turquia, os indignados na Espanha, as mobilizações da geração “à rasca” em Portugal, a luta contra a educação privada no Chile, o Occupy Wall Street e as greves gerais na Grécia e na Europa!

Infelizmente o conjunto dos estudantes organizados pela esquerda não conseguiram se unificar em uma única chapa para derrotar o governismo e a direita. Na nossa opinião, isso se deve a fragilidade da própria esquerda e pela ausência da construção de um polo alternativo de lutas durante o ano. A Juventude Vamos à Luta está apoiando a Chapa 1 – NADA É IMPOSSÍVEL DE MUDAR, porque consideramos a chapa que mantém um perfil mais claramente anti-burocrático e que chama o conjuntos dos estudantes a refazer o movimento estudantil de forma radicalmente democrática e mobilizada. Também consideramos a chapa 2 e 3 como representantes do movimento estudantil de esquerda e independente dos governos. Chamamos todo o movimento estudantil a rejeitar o governismo e a burocracia representadas na chapa 5 e 6 (atual gestão) e as alternativas de direita da chapa 4 e 7. Independente do resultado eleitoral, fazemos o convite a todxs os estudantes e coletivos que tem acordo com essas reivindicações e/ou que tenham outras propostas parecidas para construir juntos um movimento estudantil de lutas, democrático, independente da reitoria e dos governos, devemos fortalecer o movimento, com um plano de lutas unificado, a começar pela mobilização contra a EBSERH que está para ser votada no Conselho Universitário.

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

REJEITAR A FALSA DEMOCRACIA NA UFMG

VOTO NULO NO SEGUNDO TURNO


Nos dias 12 e 13 de novembro acontecerá o segundo turno da consulta para Reitor da UFMG. A chapa 1 “Outra UFMG É Possível” (Wander e Rosilene) foi vitoriosa em número de votos no primeiro turno, obteve mais de 4.500 votos, bem a frente das chapas 2 e 3 que obtiveram 2.515 e 2.397 respectivamente. Apesar da maioria dos votos a chapa 1 não irá para o segundo turno, pois na UFMG a consulta para Reitor não é paritária e os docentes possuem 70% de peso nos votos da consulta, restando outros 30% que são divididos entre discentes e técnico-administrativos.

Infelizmente essa é apenas uma das diversas faces antidemocráticas da estrutura da UFMG. Pois na realidade a comunidade acadêmica não tem nenhum poder de decisão, se chama “consulta”, pois o poder real de eleger o reitor é do Governo Federal, por intermédio do Ministro da Educação. Ou seja, um grupo restrito de professores indicaseus representantes, realizam uma consulta antidemocrática e o Governo Federal nomeia. Esse é o ciclo vicioso de uma estrutura de poder autoritária na UFMG.

O reitor é o topo dessa estrutura, mas isso se repete em todas as outras instâncias, que são tão antidemocráticas quanto à consulta, como o Conselho Universitário onde a fórmula também é 70% docentes – muitos nomeados pela própria reitoria, 15% discentes e 15% técnico-administrativos. Os professores, que estão muitas vezes atrelados com projetos do governo, com cargos de confiança na reitoria e que realizem pesquisas remuneradas por grandes empresas privadas, mandam na universidade sob seus próprios interesses.

Por isso as duas candidaturas que foram para o segundo turno defendem o projeto do Governo Dilma de privatização do Hospital das Clínicas (EBSERH) e a manutenção da FUMP, uma fundação privada para gerir a assistência estudantil. Além disso, utilizam dessa estrutura para perseguir os divergentes, como a proibição de eventos culturais e os vários casos de estudantes perseguidos pela reitoria da UFMG.

A juventude e os trabalhadores saíram saiu às ruas do país no mês de junho para rejeitar a burocracia, as decisões tomadas de cima para baixo. Por não aceitarem a falsa democracia ondem os ricos e os corruptos tomam as decisões,por isso os grandes eventos como a Copa do Mundo, têm sido rechaçados, pois fornecem milhões para as empreiteiras em detrimento dos investimentos necessários para a saúde ea educação. A UFMG precisa estar sintonizada com os acontecimentos do país, só assim poderemos construir uma Universidade que esteja a serviço da maioria do povo trabalhador e da juventude.

A única forma de conquistarmos essas mudanças é a luta, devemos confiar no poder de mobilização, que conquistou vitórias em junho. Para isso é necessário à unidade dos estudantes e dos técnicos-administrativos junto aos professores que não aceitam esse modelo de universidade. Precisamos rejeitar as velhas direções do movimento, que estão atreladas aos interesses da reitoria e dos governos.

Nenhuma das candidaturas está disposta a se chocar com essa estrutura de poder e com o projeto de educação precarizante e privatista do Governo Dilma. Por isso não podemos depositar ilusões no segundo turno, nenhuma das chapas está em consonâncias com as mudanças necessárias e integram a velha lógica burocrática, chamamos toda a comunidade acadêmica a VOTAR NULO e rejeitar a falsa democracia na UFMG.

Associação Sindical Unidos Pra Lutar


Juventude Vamos à Luta