sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Nota de apoio à PUC-Minas

No início de Dezembro de 2011 os alunos da PUC Minas receberam a fatídica notícia que se repete ano após ano: o aumento das mensalidades. O pró-reitor de gestão financeira Prof. Paulo Sérgio Gontijo do Carmo anunciou aumento de 9,8% no valor da hora-aula. Esse aumento é 50% acima da inflação, levando a um alto índice de evasão no ensino superior, que saltou de 15 para 20% em todo o país.

Da pequena parcela de estudantes que conseguem ingressar no ensino superior inúmeros são aqueles obrigados a abandonar os estudos por não agüentarem pagar a mensalidade abusiva que muitas vezes chega a ser superior a 2 salários mínimos! Além disso, o aumento da mensalidade não se converte em benefícios para os discentes: a biblioteca é defasada, laboratórios sucateados, e não há ampliação dos investimentos em pesquisa, extensão e em bolsas de iniciação científica (no valor de R$300,00 há 7 anos). E como se não bastasse, há anos a PUC Minas tem se mostrado intransigente em relação à negociação com alunos inadimplentes, negando a rematricula e não abrindo nenhuma possibilidade deste aluno voltar às salas de aula, o que não condiz com seu discurso de solidariedade e filantropia.
O grande responsável pela desvalorização do ensino é o Governo Dilma que promove o descaso no setor privado e sucateia o setor público, a falta de leis que regulamente o ensino privado é um prato cheio para os tubarões do ensino que aumentam o valor da mensalidade como bem querem e sem nenhuma contrapartida, são mais de 80% de estudantes brasileiros em universidades privadas, enquanto o investimento em pesquisa dessas universidades ainda é abaixo dos 20%, deixando o restante a cargo das universidades públicas, que por sua vez sofrem pelo segundo ano consecutivo com o corte de orçamento do governo, as áreas sociais somadas chegam a cifra de 95 bilhões de reais a menos para investir em apenas dois anos. A fatia da educação é grande, o Ministério da Saúde e Ciência tem corte de 1,938 bilhões de reais para o ano de 2012, no ano passado o corte foi de 3,1 bilhões.
Diante deste quadro de exploração e descaso com a educação, que é direito garantido pela Constituição, não vemos outra forma da população mostrar sua indignação além de manifestações radicalizadas como têm ocorrido na semana do dia 15. Os estudantes Chilenos deram exemplo para o mundo, com uma greve que durou meses e foi intransigente com o Governo Piñera, que obrigava o povo a contrair altas dívidas para ter acesso à educação. No Brasil os companheiros da PUC têm dado exemplo de indignação diante dos ataques ao ensino, promovidos por Dilma e seus cúmplices.
É preciso nacionalizar a luta contra o aumento das mensalidades, derrotar o projeto privatista de educação do governo Dilma e lutar por uma educação de qualidade.
Coletivo Vamos à Luta!

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Brigada Indignada presente no ato em defesa dos moradores do Pinheirinho

O Vamos à Luta enviou uma Brigada Indignada ao ato em São José dos Campos em defesa dos moradores do Pinheirinho. Abaixo o relato da companheira Rana Agarriberri, da UFMG.

"No dia 2 de Fevereiro houve um ato nacional em apoio ao Pinheirinho, em São José dos Campos. Estavam presentes cerca de 4000 pessoas: vários movimentos populares, sindicatos, órgãos de representação estudantil e partidos políticos. Estar lá na briga já era suficiente, mas não... a manifestação em si não seria o ponto alto. Visitamos o terreno onde ficava a comunidade Pinheirinho, local onde moravam mais de 8000 pessoas, local onde pessoas nasceram, cresceram, viveram e construíram suas casas e seus sonhos. Ver aquilo de perto foi chocante... foi a experiência mais viva da minha vida... Um cenário de Guerra seria certamente idêntico àquilo. Pedaços de pau se misturavam à ursos de pelúcia, armários destruídos, colchões e de quando em quando apareciam gatos e cachorros tão maltratados quanto carentes. Uma senhora apareceu e nos contou que estava ali para levar comida aos bichinhos, era apenas mais uma dentre tantas outras histórias que já havíamos lido em qualquer jornal: "fui acordada pelo som do helicóptero em cima da minha casa e policiais gritando e nos ofendendo de tudo quanto era nome", nesse momento um nó emperrou na garganta de todos que estavam ali, "só deu tempo de eu pegar meus filhos e sair correndo, pus os meninos pra correrem e disse que ia voltar pra ajudar minha vizinha com os filhos dela. Não deu tempo de pegar nada, o trator veio e destruiu tudo", disse aos prantos.
Os desabrigados de Pinheirinho estão em Ginásios com pelo menos 600 pessoas cada um. Bebezinhos de colo à senhores de idade são obrigados a passar por toda aquela humilhação, obrigados a usar pulseirinhas ("Outro dia uma grávida foi espancada porque saiu e quando voltou não usava mais a pulseira", disse Sônia, uma jovem senhora, desempregada e com 6 filhos para criar) e obrigados a comer comida estragada("O filho de uma amiga minha outro dia passou 3 dias internado porque comeu comida estragada deles"). Os moradores recebem R$500 de auxílio aluguel, mas a maior parte dos imóveis são de imobiliárias e mesmo quando tem o dinheiro os locadores não aceitam quando descobrem que os inquilinos serão os moradores do Pinheirinho, "Uma ex-vizinha minha conseguiu uma casa e deu 3 aluguéis adiantados, mas quando a dona ficou sabendo que era pra gente ela devolveu o dinheiro", completou Sônia.

Voltando de lá uma companheira disse: "Parece surreal, não é?!", um amigo respondeu: "Aquilo não era surreal, pelo contrário, isso é real até demais."

Nunca tive uma experiência tão real, tão chocante e tão clara do quão cruel o capitalismo é! Mas apesar da dor e do chute na cara de toda população o que mais senti foi força para lutar contra esse sistema opressor, cruel e desumano. Então hoje, mais do que nunca penso e sinto: Morte ao Capital!"

Lidiane e Ana Clara, crianças expulsas de suas casas, que foram destruídas pela polícia militar por ordem de uma juiza corrupta, de um prefeito canalha e do governador Alckimin assassino. Infelizmente a Dilma também é conivente! PINHEIRINHO RESISTE!