quarta-feira, 24 de julho de 2013

O que o Movimento Estudantil temia: mais impactos negativos da Política REUNI.

Após quase seis anos da aprovação do REUNI (Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão  das universidades), programa este ‘enfiado goela abaixo’ pelo então presidente Lula (PT) às universidades federias e apoiado pela direção majoritária da UNE (PT/PCdoB), presenciamos no último Conselho Universitário (CONSUN) da UFU, mais uma  das consequências reais que esse projeto de reforma universitária trouxe. O REUNI é um programa que precariza ao invés  de  melhorar as universidades públicas brasileiras, como se prometia. O movimento estudantil de fato, à esquerda da direção majoritária da UNE, que desde a aprovação desse projeto já alertava os danos dessa reforma para as universidades (e na ocasião ocupou diversas reitorias contra a adesão nessa reforma, enquanto a majoritária apertava a mão do Lula, parabenizando pelo projeto) vê agora até mesmo os mais conservadores professores tendo que reconhecer que o REUNI não foi tão bom quanto prometia o governo PT/PMDB.
Nesse ano de 2013 vimos os recursos do REUNI chegarem ao fim, cortes de verbas na educação (principalmente para as áreas de assistência estudantil) e mais um corte de orçamento para as aéreas sociais anunciados no ulitmo dia 22 de julho pelo governo. Para além disso, esses novos cursos criados a partir do REUNI não tem ainda a estrutura necessária para existir mas já estão formando turmas. A situação atual que temos na UFU, em relação aos cursos e campi criados pelo REUNI, não é nada diferente das outras universidades. O Restaurante Universitário (RU) que já não suportava o total de estudantes depois do REUNI piorou ainda mais, tendo atualmente filas intermináveis. As bolsas de assistência estudantil não atendem a todos os estudantes que dependem desse auxílio para permanecerem em seus cursos, elevando assim o número de evasão de discentes.
O Campus Patos de Minas, criado pelo REUNI vive uma situação bem mais problemática que os outros campi da UFU: não possui prédio próprio até hoje (passados três anos desde que os cursos foram implementados), com problemas de licitação e da situação do terreno. A estrutura do campus foi levada para o CONSUN a fim de buscar uma solução para que os estudantes de lá possam concluir sua formação com o mínimo de estrutura. A proposta colocada no conselho para solução desse caos foi de suspender a entrada de novos discentes nos cursos deste campus, até que sua estrutura esteja de acordo com a necessidade dos estudantes. Esta proposta dividiu a opinião dos docentes, alguns contra outros a favor, e o questionamento que surge para os professores que são contrários a essa posição é: o receio deles de suspender a entrada até que melhore as condições estruturais do curso, quer dizer que não há uma previsão rápida para a solução dos problemas de Patos de Minas? Até quando esta situação irá perdurar? Essa suspensão deve servir para pressionar a reitoria para que melhore a situação dos campi avançados. Vale lembrar que o grupo que está hoje na reitoria é o mesmo que em 2007 fez uma reunião as escuras, sem a convocação da representação discente, longe do movimento estudantil que lutava contra a aprovação do REUNI na UFU em frente à reitoria e aprovou a adesão da UFU ao REUNI.
Como colocado pelos professores no conselho, os demais campi como Monte Carmelo e Pontal, além dos cursos de Uberlândia criados a partir do REUNI, também sofrem com a precarização em consequência dessa expansão inconsequente implementada nas Universidades Federais. Não devemos esconder as consequências que essa restruturação/precarização das universidades públicas do governo PT/PMDB trouxe para a universidade, os cursos criados pelo REUNI não tem a mínima condição estrutural para a formação com qualidade dos estudantes. O que aconteceu no último CONSUN em relação ao Campus em Patos de Minas não deve ser tratado como normal, temos que questionar o que foi o REUNI e não deixar que seja aprovado o suposto projeto de um REUNI 2.
Somos a favor de uma reforma nas universidades, mas não como ela foi colocada. Defendemos uma reforma na qual a estrutura necessária para a criação de um novo curso ou um novo campus na universidade, venha antes de os mesmos serem criados e não o contrário, como propôs a lógica do REUNI, onde foram criados cursos e campus e só muito tempo depois se começa a pensar na estrutura e na assistência estudantil para os estudantes destes cursos. A conjuntura atual nos mostra que estávamos mais do que certos em 2007 quando ocupamos várias reitorias pelo Brasil contra a aprovação do REUNI, pois já entendíamos que essa não é a lógica que queremos para uma educação pública, gratuita, laica e de qualidade. Repudiamos a posição da direção majoritária da UNE (PT e PCdoB) e desse “novo” Campo popular (PT e Levante Popular da Juventude) que vem surgindo dentro da entidade, de apoio ao REUNI. Devemos analisar criticamente o REUNI e denunciar a precarização das universidades após o REUNI. Denunciar o governo (PT/PMDB) que abandona e sucateia cada vez mais a educação no país.

                                                                           



Vamos à luta, construir a universidade desejada!!