quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Não à Proibição de Pernoite e Visitas na Moradia Universitária da UFMG


         Recentemente uma comissão que irá reescrever o regulamento da moradia universitária formada por Tarcísio Vago, assessor especial de assuntos estudantis e presidente da comissão de criação da Pró-reitoria de Assuntos Estudantis e Allan Barbosa, presidente da FUMP, anunciou aos estudantes da moradia universitária da UFMG que serão proibidas os pernoites e que as visitas terão limite de oito horas por dia. A maioria desses discentes são de outras cidades ou Estado e precisam da moradia para não evadir. O motivo seria a redução de despesas com as visitas. Ainda esse ano a UFMG passou a utilizar o SISU como única forma de ingresso, abrindo a possibilidade ainda maior de estudantes de todo o Brasil se inscreverem para seleção.
        O fato verdadeiro é que a Moradia Universitária da UFMG é superavitária em cerca de 200 mil reais, entretanto a FUMP, uma fundação privada que gerencia e é responsável pela assistência estudantil na UFMG, desde a seleção dos bolsistas até a concessão do beneficio está em crise financeira. O relatório da FUMP de 2013, aponta um deficit de mais de 2,5 milhões de reais, o que vem se repetindo todos os anos. Em contrapartida o bandejão da UFMG é um dos mais caros do Brasil, R$ 4,15, além de a fundação utilizar verbas do PNAEs para manter sua burocracia, estrutura, tecnologia e maquinário, o que seria bem diferente se houvesse uma Pró-reitoria.

PRAE – Uma Agência Reguladora da FUMP
        Está em pauta na UFMG a criação da PRAE – Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis, contudo a PRAE, nos marcos em que foi elaborada seria apenas uma agência reguladora da FUMP, passando para esta os recursos com pouquíssimo controle, cabendo a ela praticamente apenas a elaboração de projetos. A proposta nada mais é que uma tentativa da reitoria de salvar a FUMP da falência.
          Infelizmente o reitor Jaime Ramirez, tem a conivência do DCE – Gestão Pés No Chão, que não mobilizou nem mesmo um debate com os estudantes sobre o tema, acreditando que a PRAE é uma conquista dos estudantes.          Foram realizadas Audiências Públicas no campus Pampulha e Saúde que funcionaram como uma correia de transmissão da reitoria, sendo que nossa opinião não era considerada. O reflexo dos altos preços e da precária assistência, é responsabilidade também do governo Dilma, que sucateou a universidade e mantém o pagamento da dívida como prioridade com 47% do orçamento de 2015, enquanto que a educação tem previsto o gasto de 3,18%.

Assistência Estudantil é um direito
Por Uma Pró-reitoria de assuntos estudantis sem a FUMP

        A UFMG, precisa alterar sua lógica de assistência estudantil, o motivo de querer proibir a pernoite pelo seu custo além de mentiroso tem apenas uma causa, uma entidade privada precisa dar lucro, principalmente quando amarga deficit de milhões cuja única forma de reversão é aumentar o preço do serviço prestado para tentar aumentar a margem de lucro, ou seja, atacar o direito estudantil a moradia, com livre visitação, ou aumentar absurdamente o preço da alimentação nos RU´s.
        Somos solidários aos estudantes que residem na moradia, não podemos aceitar qualquer tipo de restrição à visitas! É preciso rejeitar a proposta da PRAE feita pela reitoria e garantir que exista um órgão com a finalidade de assistência aos estudantes sem que sua premissa seja o lucro.
        Acreditamos que somente com a mobilização dos estudantes que moram na residência universitária e da solidariedade dos demais é que poderemos derrotar primeiramente a proibição de pernoites, garantir o fim da FUMP e a criação de uma Pró-reitoria de assistência estudantil, publica e com garantia de voto igualitário entre estudantes, professores e técnicos administrativos!