Recentemente uma comissão que irá reescrever o regulamento da moradia universitária formada por Tarcísio Vago, assessor especial de assuntos estudantis e presidente
da comissão de criação da Pró-reitoria de Assuntos Estudantis e Allan Barbosa, presidente da FUMP, anunciou aos estudantes da moradia universitária da UFMG que serão
proibidas os pernoites e que as visitas terão limite de oito horas
por dia. A maioria desses discentes são de outras cidades ou Estado
e precisam da moradia para não evadir. O motivo seria a redução de
despesas com as visitas. Ainda esse ano a UFMG passou a utilizar o
SISU como única forma de ingresso, abrindo a possibilidade ainda
maior de estudantes de todo o Brasil se inscreverem para seleção.
O
fato verdadeiro é que a Moradia Universitária da UFMG é
superavitária em cerca de 200 mil reais, entretanto a FUMP, uma
fundação privada que gerencia e é responsável pela assistência
estudantil na UFMG, desde a seleção dos bolsistas até a concessão
do beneficio está em crise financeira. O relatório da FUMP de 2013,
aponta um deficit de mais de 2,5 milhões de reais, o que vem se
repetindo todos os anos. Em contrapartida o bandejão da UFMG é um
dos mais caros do Brasil, R$ 4,15, além de a fundação utilizar
verbas do PNAEs para manter sua burocracia, estrutura, tecnologia e
maquinário, o que seria bem diferente se houvesse uma Pró-reitoria.
PRAE
– Uma Agência Reguladora da FUMP
Está
em pauta na UFMG a criação da PRAE – Pró-Reitoria de Assuntos
Estudantis, contudo a PRAE, nos marcos em que foi elaborada seria
apenas uma agência reguladora da FUMP, passando para esta os
recursos com pouquíssimo controle, cabendo a ela praticamente apenas
a elaboração de projetos. A proposta nada mais é que uma tentativa
da reitoria de salvar a FUMP da falência.
Infelizmente
o reitor Jaime Ramirez, tem a conivência do DCE – Gestão Pés No
Chão, que não mobilizou nem mesmo um debate com os estudantes sobre
o tema, acreditando que a PRAE é uma conquista dos estudantes. Foram
realizadas Audiências Públicas
no campus Pampulha e Saúde que funcionaram como uma correia de
transmissão da reitoria, sendo que nossa opinião não era
considerada. O reflexo dos altos preços e da precária assistência,
é responsabilidade também do governo Dilma, que sucateou a
universidade e mantém o pagamento da dívida como prioridade com 47%
do orçamento de 2015, enquanto que a educação tem previsto o gasto
de 3,18%.
Assistência Estudantil é um direito
Por Uma Pró-reitoria de assuntos estudantis sem a FUMP
Por Uma Pró-reitoria de assuntos estudantis sem a FUMP
A
UFMG, precisa alterar sua lógica de assistência estudantil, o
motivo de querer proibir a pernoite pelo seu custo além de mentiroso
tem apenas uma causa, uma entidade privada precisa dar lucro,
principalmente quando amarga deficit de milhões cuja única forma de
reversão é aumentar o preço do serviço prestado para tentar
aumentar a margem de lucro, ou seja, atacar o direito estudantil a
moradia, com livre visitação, ou aumentar absurdamente o preço da
alimentação nos RU´s.
Somos
solidários aos estudantes que residem na moradia, não podemos
aceitar qualquer tipo de restrição à visitas! É preciso rejeitar
a proposta da PRAE feita pela reitoria e garantir que exista um órgão
com a finalidade de assistência aos estudantes sem que sua premissa
seja o lucro.
Acreditamos
que somente com a mobilização dos estudantes que moram na
residência universitária e da solidariedade dos demais é que
poderemos derrotar primeiramente a proibição de pernoites, garantir
o fim da FUMP e a criação de uma Pró-reitoria de assistência
estudantil, publica e com garantia de voto igualitário entre
estudantes, professores e técnicos administrativos!