sexta-feira, 11 de julho de 2014

Mais assistência por maior permanência!

Iniciamos o ano de 2014 com um cenário caótico para Assistência Estudantil nas IFEs (Instituições Federais de Ensino), com mais cortes de verbas para educação, feitos pelo governo federal (PT/PMDB), fim dos recursos do REUNI, e uma maior demanda por assistência estudantil (oriunda da adoção acertada do programa de cotas, uma grande conquista do movimento negro).

Na Universidade Federal de Uberlândia (UFU), não é diferente. Iniciamos o mês de maio com a noticia de um déficit de 5,5 milhões de reais para assistência estudantil. Para a UFU pagar integralmente todas as bolsas, seriam necessários 20 milhões de reais e a DIRES até o momento tem em torno de 15 milhões. No Conselho de centros e diretórios acadêmicos (CONDAS) do dia 16 de maio, foi pedido uma assembleia para o assunto ser debatido. O DCE (UJS) argumentou que não valia a pena, pois estudantes não iriam a assembleia. Porém, insistimos na linha e marcamos a 1ª assembleia  estudantil com esse ponto de pauta, para o dia 4 de junho. A atual gestão do DCE mostrou descaso com a pauta, não mobilizando e informando os estudantes para a mesma. Nós, do coletivo Vamos à Luta e do DA da biologia, demos a devida atenção para a pauta, passando massivamente em sala, dialogando com estudantes no RU e conversando com demais diretórios e centros acadêmicos.

A assembleia ocorreu com a presença de cerca de 250 estudantes. Fato que demonstra a abertura para as lutas e disposição dos estudantes em se informarem e mobilizarem pelos seus direitos. Basta que haja informação e disposição para construir a mobilização. Na assembleia, tanto a reitoria quanto o DCE colocaram “panos quentes”. O DCE, inclusive, posteriormente afirmou que nós estávamos “fazendo terrorismo e que nenhuma bolsa seria cortada”.

Nessa primeira assembleia foi deliberado um comando de mobilização e as pautas as quais esse comando deveria basear suas lutas. No dia 6 de junho houve a  primeira reunião do comando, a qual a gestão do DCE não compareceu. Nessa reunião foi organizado um ato para ser realizado no RU no dia 10 de julho. Nesse ato além de intervenções liberamos as catracas do RU de um dos campus por volta de uma hora de duração, dando visibilidade a pauta e recolhemos assinaturas para um abaixo assinado por mais verbas para assistência estudantil, que em dois dias colheu mais de 2700 assinaturas, onde o DCE mais uma vez não compareceu.

Já na segunda assembleia sobre o tema, no dia 11 de junho, que estava um pouco mais vazia por ser véspera de feriado, o DCE anunciou que tocaria a campanha “Um gol pela assistência estudantil”, indo contra as pautas tiradas na primeira assembleia, a favor de mega eventos e assim dividindo o movimento. Uma política pensada e articulada para frear o movimento, como a própria UNE faz constantemente, sendo apenas corrente de transmissão das politicas do governo Dilma, sem defender as reais pautas dos estudantes. Após essa assembleia, o comando seguiu sua organização e intitulou a campanha de “Quero ficar: Assistência para permanência”, que representa corretamente as pautas tiradas em assembleia, contando com debate politico real com os diretórios e centro acadêmicos, mesas de debate, linha de atuação nos Conselhos superiores e dialogo corpo a corpo com os estudantes. Protocolamos para a reunião do Conselho diretor (CONDIR) do mês de julho o ponto de pauta “Apreciação da Resolução para a suplementação de recursos próprios da Universidade Federal de Uberlândia  para o déficit de 5,5 milhões de reais da Assistência Estudantil (moradia, transporte e alimentação)”. Porém, o ponto de pauta não entrou na ordem do dia.

Muito já foi cortado, como aulas de campo, orçamento das unidades acadêmicas, bolsas de assistência estudantil da chamada classe C (estudantes com renda per capita de até uma salario mínimo e meio). E enquanto isso, as atuais gestões do DCE e da reitoria nada têm feito para conter esse corte.

Nossa luta continua! Na ultima assembleia, deliberamos por lutar para que esse assunto seja ponto de pauta no CONDIR do dia 8 de agosto e também mobilizaremos os estudantes para que estejam na porta da reitoria nesse dia pressionando os conselheiros para debater uma solução para esse déficit. Convidamos também todos os DA’s e CA’s para participar do CONDAS do dia 17 de julho deliberado em assembleia, data essa que marca 2 meses sem a atual gestão do DCE convocar reuniões do conselho. Nesse conselho queremos debater com todas as entidades de base o tema da assistência estudantil e incentiva-las a mobilizar os estudantes de seus cursos. O corte já ocorreu e representa um sério ataque aos estudantes e a universidade como um todo! Se houver ampla mobilização, poderemos reverter esse corte! Essa luta tem que ser feita em conjunto com professores e técnicos. Até o dia do CONDIR precisamos debater a proposta de resolução com todos os docentes e servidores que compõem o conselho diretor.

Não podemos ficar de braços cruzados como faz o DCE e a reitoria, enquanto a permanência de muitos estudantes está ameaçada devido o corte. A pauta de assistência estudantil é uma pauta de interesse de todos, pois sem assistência não tem permanência. Sem permanência tem evasão. Com evasão tem cada vez menos recursos para universidade (uma vez que agora a verba é destinada a Universidade em proporção inversa ao número de egressos).

Intensificar o trabalho de base com docentes e técnicos e mobilizar muitos estudantes para o CONDAS e para a próxima reunião do CONDIR é a única alternativa para reverter essa situação!

Vamos à Luta!