VOTO NULO NO SEGUNDO
TURNO
Nos dias 12 e 13 de novembro acontecerá o segundo turno da consulta
para Reitor da UFMG. A chapa 1 “Outra UFMG É Possível” (Wander e Rosilene) foi
vitoriosa em número de votos no primeiro turno, obteve mais de 4.500 votos, bem
a frente das chapas 2 e 3 que obtiveram 2.515 e 2.397 respectivamente. Apesar
da maioria dos votos a chapa 1 não irá para o segundo turno, pois na UFMG a
consulta para Reitor não é paritária e os docentes possuem 70% de peso nos
votos da consulta, restando outros 30% que são divididos entre discentes e
técnico-administrativos.
Infelizmente essa é apenas uma das diversas faces
antidemocráticas da estrutura da UFMG. Pois na realidade a comunidade acadêmica
não tem nenhum poder de decisão, se chama “consulta”, pois o poder real de
eleger o reitor é do Governo Federal, por intermédio do Ministro da Educação.
Ou seja, um grupo restrito de professores indicaseus representantes, realizam
uma consulta antidemocrática e o Governo Federal nomeia. Esse é o ciclo vicioso
de uma estrutura de poder autoritária na UFMG.
O reitor é o topo dessa estrutura, mas isso se repete em
todas as outras instâncias, que são tão antidemocráticas quanto à consulta,
como o Conselho Universitário onde a fórmula também é 70% docentes – muitos
nomeados pela própria reitoria, 15% discentes e 15% técnico-administrativos. Os
professores, que estão muitas vezes atrelados com projetos do governo, com
cargos de confiança na reitoria e que realizem pesquisas remuneradas por
grandes empresas privadas, mandam na universidade sob seus próprios interesses.
Por isso as duas candidaturas que foram para o segundo turno
defendem o projeto do Governo Dilma de privatização do Hospital das Clínicas
(EBSERH) e a manutenção da FUMP, uma fundação privada para gerir a assistência
estudantil. Além disso, utilizam dessa estrutura para perseguir os divergentes,
como a proibição de eventos culturais e os vários casos
de estudantes perseguidos pela reitoria da UFMG.
A juventude e os trabalhadores saíram saiu às ruas do país no mês de junho para rejeitar a burocracia, as decisões tomadas de cima para baixo. Por não aceitarem a falsa democracia ondem os ricos e os corruptos tomam as decisões,por isso os grandes eventos como a Copa do Mundo, têm sido rechaçados, pois fornecem milhões para as empreiteiras em detrimento dos investimentos necessários para a saúde ea educação. A UFMG precisa estar sintonizada com os acontecimentos do país, só assim poderemos construir uma Universidade que esteja a serviço da maioria do povo trabalhador e da juventude.
A única forma de conquistarmos essas mudanças é a luta,
devemos confiar no poder de mobilização, que conquistou vitórias em junho. Para
isso é necessário à unidade dos estudantes e dos técnicos-administrativos junto
aos professores que não aceitam esse modelo de universidade. Precisamos
rejeitar as velhas direções do movimento, que estão atreladas aos interesses da
reitoria e dos governos.
Nenhuma das candidaturas está disposta a se chocar com essa
estrutura de poder e com o projeto de educação precarizante e privatista do
Governo Dilma. Por isso não podemos depositar ilusões no segundo turno, nenhuma
das chapas está em consonâncias com as mudanças necessárias e integram a velha
lógica burocrática, chamamos toda a comunidade acadêmica a VOTAR NULO e
rejeitar a falsa democracia na UFMG.
Associação Sindical Unidos Pra Lutar
Juventude Vamos à Luta