Essa semana na UFU vivenciamos momentos históricos pela luta
por uma educação pública, gratuita e de qualidade. Acompanhando o calendário
proposto pelo ANDES, na terça-feira dia 15 de maio, foi realizada pela ADUFU
uma assembléia dos professores para deflagração do indicativo de greve dos
decentes para o dia 17 de maio. A assembléia contou com cerca de 178
professores - número expressivo em comparação com as assembléias anteriores. Na
assembléia desta terça-feira, foi colocada a posição de alguns institutos e
faculdades onde aconteceram assembléias / reuniões de unidades, em que a
maioria votou pelo apoio e adesão a greve, sendo que alguns institutos ainda
estão se reunindo para deliberar sobre o assunto. Com 160 votos, foi aprovada a
greve, com as pautas propostas e discutidas na assembléia anterior, e como
pauta principal da greve a luta pela reestruturação da carreira dos docentes
das IFES (mais informações sobre as pautas da greve em: http://www.adufu.org.br/
e http://terra.andes.org.br/blog/capa.html).
A assembléia estava lotada. Além do professores, havia também um número
considerável de servidores. Porém, o que mais chamou a atenção na assembléia
foi a quantidade de discentes, em grande número, lotando o auditório onde
acontecia a assembléia, afim de demonstrar seu apoio a pauta dos professores,
por entenderem que essa luta é uma luta de todos em prol de melhorias na
educação tão precarizada e esquecida pelo governo federal. Neste momento são quase
40 IFES já em greve, ou com data marcada para o início da mesma ainda esse mês.
Na quarta-feira foi realizada a assembléia geral dos
estudantes afim de que os mesmos se posicionassem em relação a greve dos
professores. Foi uma assembléia lotada, com mais de 560 estudantes – com
assinatura em lista de presença, uma vez que dado o grande número de presentes,
inviabilizou a assinatura de todos os presentes. O mais importante porém, é
que, no ponto dos informes, os CA’s; DA’s
e representantes de cursos, puderam transmitir a posição dos estudantes
dos diversos cursos representados, nos quais, mais uma vez, a maioria declarou
apoio a greve. Após a rodada de informes, votou-se o apoio dos estudantes da
UFU a greve dos professores, sendo que houve apenas 13 votos contrários ao
apoio a greve, em relação ao total de presentes na assembléia. Após a votação, debatemos
como será nosso apoio a greve, e em meio a diversas propostas muito
convergentes, conseguimos chegar a uma proposta que após a votação unânime do
plenário, deliberou pela paralisação estudantil no dia 23 de maio, com
indicativo de greve para o dia 25 de maio. Neste mesmo dia 25, em Assembléia a
ser realizada as 17 horas no Centro de Convivência do campus Santa Mônica, votaremos a deflagração – ou não – da
Greve Estudantil. Neste mesma assembléia, outros pontos de pauta serão
debatidos, a saber, a democratização dos espaços da universidade; o
posicionamento contrário a adesão da EBSERH; em favor da reestruturação da
função dos estagiários; pelo direito a paralisação e greve dos mesmos; por uma maior
acessibilidade aos estudantes com deficiência; pela implantação das cotas
raciais e sociais no acesso a Universidade; pela ampliação das políticas de
assistência estudantil; entre outras pautas que serão melhor sistematizadas
antes da assembléia da próxima quarta-feira. Deliberou-se também nesta assembléia,
que até o dia 23 de Maio, é tarefa dos CA’s e DA’s de todos os cursos,
promoverem assembléias em seus cursos que todos os estudantes possam se
posicionar e para que seja melhor esclarecido este momento de mobilização que permeia
nossa universidade, no intuito de que todos possam estar a par de todos os
informes sobre a greve. Pudemos ver na assembléia desta última quarta-feira,
que os estudantes apóiam e entendem que é importante estar do lado dos
professores nesta mobilização, uma vez que a pauta em favor da educação
brasileira é de todos aqueles que compõe a Universidade.
Temos ainda a possibilidade de greve dos servidores para o final
desse mês - caso a negociação com o governo não vá a adiante – há uma
assembléia já marcada para o dia com a pauta de discussão do indicativo de
greve da categoria.
Entendemos
a importância desde momento vivido não só na UFU, mas em quase todas as IFES do
Brasil, enquanto um momento importante para mostrarmos como o governo federal deixa
de lado a educação, promovendo mais uma vez corte nas verbas destinadas a educação,
precarizando cada vez mais a educação pública do nosso país. Assim, é de suma
importância que todos os segmentos da Universidade se unifiquem afim de
demonstrar a insatisfação frente aos frontais ataques desferidos as nossas
instituições e a educação como um todo e que juntos lutemos por reais melhorias
na educação pública brasileira.
Vamos à Luta!