quinta-feira, 17 de maio de 2012

Essa greve também é nossa!



Essa semana na UFU vivenciamos momentos históricos pela luta por uma educação pública, gratuita e de qualidade. Acompanhando o calendário proposto pelo ANDES, na terça-feira dia 15 de maio, foi realizada pela ADUFU uma assembléia dos professores para deflagração do indicativo de greve dos decentes para o dia 17 de maio. A assembléia contou com cerca de 178 professores - número expressivo em comparação com as assembléias anteriores. Na assembléia desta terça-feira, foi colocada a posição de alguns institutos e faculdades onde aconteceram assembléias / reuniões de unidades, em que a maioria votou pelo apoio e adesão a greve, sendo que alguns institutos ainda estão se reunindo para deliberar sobre o assunto. Com 160 votos, foi aprovada a greve, com as pautas propostas e discutidas na assembléia anterior, e como pauta principal da greve a luta pela reestruturação da carreira dos docentes das IFES (mais informações sobre as pautas da greve em:  http://www.adufu.org.br/ e http://terra.andes.org.br/blog/capa.html). A assembléia estava lotada. Além do professores, havia também um número considerável de servidores. Porém, o que mais chamou a atenção na assembléia foi a quantidade de discentes, em grande número, lotando o auditório onde acontecia a assembléia, afim de demonstrar seu apoio a pauta dos professores, por entenderem que essa luta é uma luta de todos em prol de melhorias na educação tão precarizada e esquecida pelo governo federal. Neste momento são quase 40 IFES já em greve, ou com data marcada para o início da mesma ainda esse mês.
Na quarta-feira foi realizada a assembléia geral dos estudantes afim de que os mesmos se posicionassem em relação a greve dos professores. Foi uma assembléia lotada, com mais de 560 estudantes – com assinatura em lista de presença, uma vez que dado o grande número de presentes, inviabilizou a assinatura de todos os presentes. O mais importante porém, é que, no ponto dos informes, os CA’s; DA’s  e representantes de cursos, puderam transmitir a posição dos estudantes dos diversos cursos representados, nos quais, mais uma vez, a maioria declarou apoio a greve. Após a rodada de informes, votou-se o apoio dos estudantes da UFU a greve dos professores, sendo que houve apenas 13 votos contrários ao apoio a greve, em relação ao total de presentes na assembléia. Após a votação, debatemos como será nosso apoio a greve, e em meio a diversas propostas muito convergentes, conseguimos chegar a uma proposta que após a votação unânime do plenário, deliberou pela paralisação estudantil no dia 23 de maio, com indicativo de greve para o dia 25 de maio. Neste mesmo dia 25, em Assembléia a ser realizada as 17 horas no Centro de Convivência do campus Santa Mônica, votaremos a deflagração – ou não – da Greve Estudantil. Neste mesma assembléia, outros pontos de pauta serão debatidos, a saber, a democratização dos espaços da universidade; o posicionamento contrário a adesão da EBSERH; em favor da reestruturação da função dos estagiários; pelo direito a paralisação e greve dos mesmos; por uma maior acessibilidade aos estudantes com deficiência; pela implantação das cotas raciais e sociais no acesso a Universidade; pela ampliação das políticas de assistência estudantil; entre outras pautas que serão melhor sistematizadas antes da assembléia da próxima quarta-feira. Deliberou-se também nesta assembléia, que até o dia 23 de Maio, é tarefa dos CA’s e DA’s de todos os cursos, promoverem assembléias em seus cursos que todos os estudantes possam se posicionar e para que seja melhor esclarecido este momento de mobilização que permeia nossa universidade, no intuito de que todos possam estar a par de todos os informes sobre a greve. Pudemos ver na assembléia desta última quarta-feira, que os estudantes apóiam e entendem que é importante estar do lado dos professores nesta mobilização, uma vez que a pauta em favor da educação brasileira é de todos aqueles que compõe a Universidade.
Temos ainda a possibilidade de greve dos servidores para o final desse mês - caso a negociação com o governo não vá a adiante – há uma assembléia já marcada para o dia com a pauta de discussão do indicativo de greve da categoria.


Entendemos a importância desde momento vivido não só na UFU, mas em quase todas as IFES do Brasil, enquanto um momento importante para mostrarmos como o governo federal deixa de lado a educação, promovendo mais uma vez corte nas verbas destinadas a educação, precarizando cada vez mais a educação pública do nosso país. Assim, é de suma importância que todos os segmentos da Universidade se unifiquem afim de demonstrar a insatisfação frente aos frontais ataques desferidos as nossas instituições e a educação como um todo e que juntos lutemos por reais melhorias na educação pública brasileira. 

Vamos à  Luta!