quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

NOTA DO VAMOS À LUTA: Solidariedade com a luta em Teresina contra o aumento da passagem! Contra a criminalização das manifestações!


Cenas da ditadura militar nas ruas de Teresina

No sétimo dia de protestos contra o aumento das passagens, os estudantes e trabalhadores de Teresina foram surpreendidos com uma ação policial que envolveu mais de 400 elementos. Os estudantes estavam na Av Frei Serafim(uma das principais avenidas da cidade), se concentrando para a realização de um ato lúdico, quando a operação policial começou: balas de borracha, spray de pimenta, gás lacrimogêneo, cavalaria para cima dos cerca de 200 manifestantes. A operação deixou um saldo bastante negativo para o Governador do Estado Wilson Martins (PSB/PCdoB) (quem ordena a repressão policial) e o Prefeito da cidade Elmano Ferrer (PTB/PT) (principal responsável pelo aumento da passagem), foram cerca de 40 jovens feridos e 16 estudantes presos, que na verdade são presos político dos governos, pois foram detidos por participar de uma manifestação e expressar suas opiniões políticas.
As manifestações estão sendo reprimidas desde que começaram, no último dia 3 de Janeiro. Os governos estadual e municipal estão atacando com força para que os estudantes e trabalhadores saiam das ruas: é a velha tática da criminalização dos movimentos sociais. Segundo a estudante de Jornalismo da Uespi, Sarah Fontenelle “ estamos enfrentando muita truculência da polícia. Vimos policiais disfarçados no movimento, seguranças particulares agredindo estudantes. Isso demonstra o fascismo destes governos(estadual e muicipal), é nítido para a gente que o que está acontecendo aqui é uma luta de classes” afirmou. Ainda segundo a estudante, nesta quarta-feira, está programada uma manifestação que vai pedir a liberação dos 16 presos políticos e contra a criminalização dos movimentos sociais. Para Sarah, “a população ficou revoltada e mais indignada depois da repressão de ontem(terça-feira), por isso a avaliação do conjunto do movimento é que a luta vai aumentar”.

Histórico da luta em Teresina

Em agosto de 2011 houve uma primeira tentativa de aumento da tarifa dos ônibus na capital piauiense, de R$1,90 para R$ 2,10, depois de uma semana de protestos, com cerca de 30 mil pessoas nas ruas, o prefeito teve que voltar atrás e expediu decreto que anulou o reajuste. Ainda em 2011, o Fórum Estadual em Defesa do Transporte Público(FEDTP)em conjunto com o Ministério Público Estadual realizaram vários procedimentos jurídicos para que a passagem voltasse ao índice cobrado em 2009, R$1,75, já que segundo as entidades o preço referido, comparando-o com as planilhas das empresas, já lhes dava um lucro satisfatório. Infelizmente a diminuição não foi possível.
No começo de 2012, logo no dia 02 de Janeiro, como um verdadeiro engodo de ano novo, o Prefeito Elmano aumentou a passagem para R$2,10, apresentando como justificativa o projeto Integração Temporária. Segundo o FEDTP, “os indignados não estão a lutar apenas contra o aumento abusivo do preço da passagem, mas também rechaçam a falsa integração proposta pela prefeitura. Hoje a integração não interliga todos os bairros da cidade, e é incoerente quando comparada com as demais do país pelo fato de cobrar a metade do preço da passagem no segundo trecho, dentre outros absurdos.”
Todo apoio às manifestações contra o aumento da passagem e pela liberdade imediata dos presos políticos
O ano começou com aumento nos preços das passagens de ônibus em várias cidades brasileiras. A presidenta Dilma, governadores e prefeitos querem passar a conta da crise econômica, que já está em solo brasileiro, para os trabalhadores com aumento das tarifas de transportes, das mensalidades escolares e dos alimentos, quando não se movem para regular os aumentos abusivos que já consomem o aumento nos salários. A resposta dos estudantes e trabalhadores não tardou: muitos protestos virtuais e de rua contra os abusivos reajustes. O coletivo Vamos à Luta se solidariza com os estudantes e trabalhadores de Teresina que estão nas ruas contra o aumento das passagens e pede a imediata liberdade e anistia de todos os 16 presos políticos dos governos estadual e municipal. É inadmissível que em pleno século XXI os governos utilizem as forças de segurança, a mando dos empresários do transporte, para reprimir manifestações legítimas da população. Não aceitamos o aumento das tarifas e qualquer tipo de criminalização contra os que lutam.
Em todo o país estão ocorrendo protestos contra os aumentos das passagens de ônibus, serviços cada vez mais precários na maioria das cidades brasileiras. Enquanto os indignados que balançaram o mundo e o Brasil em 2011 estão nas ruas, a juventude governista(PCdoB, PT, PMDB), que dirige majoritariamente a UNE, estão do lado contrário, pois fazem parte dos governos que buscam aplicar os ajuste da crise contra os trabalhadores e a juventude. Ao mesmo tempo que os estudantes estão nas ruas de Teresina, os movimentos sociais se organizam para ir às ruas em Belém, em Uberlândia, em Belo Horizonte, em Vitória, no Rio de Janeiro, entre outras cidades do país. Por isso é necessária a unificação das lutas à nível nacional para barrar os aumentos e lutar por transporte público de qualidade. Propomos aos setores políticos que compõem o movimento estudantil uma organização nacional para impormos aos governos as nossas pautas. A primeira batalha dos indignados em 2012 é a luta em defesa dos transportes públicos de qualidade. É devido a isso que devemos cercar de solidariedade e acreditar na força das ruas para que triunfem as mobilizações.

•    Anistia e liberdade para os 16 presos políticos
•    Contra a criminalização dos movimentos sociais
•    Redução da passagem de ônibus e transporte público de qualidade em todo o país
•    Passe-livre para estudantes e desempregados de forma ilimitada.

Unificação das lutas contra o aumento das passagens a nível nacional

Coletivo de Juventude Vamos à Luta, 11 de Março de 2012.