Após quase seis anos da aprovação do REUNI (Programa de Apoio
a Planos de Reestruturação e Expansão das universidades), programa este ‘enfiado
goela abaixo’ pelo então presidente Lula (PT) às universidades federias e
apoiado pela direção majoritária da UNE (PT/PCdoB), presenciamos no último Conselho
Universitário (CONSUN) da UFU, mais uma das
consequências reais que esse projeto de reforma universitária trouxe. O REUNI é
um programa que precariza ao invés de melhorar as universidades públicas brasileiras,
como se prometia. O movimento estudantil de fato, à esquerda da direção
majoritária da UNE, que desde a aprovação desse projeto já alertava os danos
dessa reforma para as universidades (e na ocasião ocupou diversas reitorias
contra a adesão nessa reforma, enquanto a majoritária apertava a mão do Lula,
parabenizando pelo projeto) vê agora até mesmo os mais conservadores
professores tendo que reconhecer que o REUNI não foi tão bom quanto prometia o
governo PT/PMDB.
Nesse ano de 2013 vimos os recursos do REUNI chegarem ao
fim, cortes de verbas na educação (principalmente para as áreas de assistência
estudantil) e mais um corte de orçamento para as aéreas sociais anunciados no
ulitmo dia 22 de julho pelo governo. Para além disso, esses novos cursos
criados a partir do REUNI não tem ainda a estrutura necessária para existir mas
já estão formando turmas. A situação atual que temos na UFU, em relação aos
cursos e campi criados pelo REUNI, não é nada diferente das outras
universidades. O Restaurante Universitário (RU) que já não suportava o total de
estudantes depois do REUNI piorou ainda mais, tendo atualmente filas
intermináveis. As bolsas de assistência estudantil não atendem a todos os
estudantes que dependem desse auxílio para permanecerem em seus cursos, elevando
assim o número de evasão de discentes.

Como colocado pelos professores no conselho, os demais campi
como Monte Carmelo e Pontal, além dos cursos de Uberlândia criados a partir do
REUNI, também sofrem com a precarização em consequência dessa expansão
inconsequente implementada nas Universidades Federais. Não devemos esconder as
consequências que essa restruturação/precarização das universidades públicas do
governo PT/PMDB trouxe para a universidade, os cursos criados pelo REUNI não
tem a mínima condição estrutural para a formação com qualidade dos estudantes.
O que aconteceu no último CONSUN em relação ao Campus em Patos de Minas não
deve ser tratado como normal, temos que questionar o que foi o REUNI e não
deixar que seja aprovado o suposto projeto de um REUNI 2.
Somos a favor de uma reforma nas universidades, mas não como
ela foi colocada. Defendemos uma reforma na qual a estrutura necessária para a
criação de um novo curso ou um novo campus na universidade, venha antes de os
mesmos serem criados e não o contrário, como propôs a lógica do REUNI, onde
foram criados cursos e campus e só muito tempo depois se começa a pensar na
estrutura e na assistência estudantil para os estudantes destes cursos. A
conjuntura atual nos mostra que estávamos mais do que certos em 2007 quando
ocupamos várias reitorias pelo Brasil contra a aprovação do REUNI, pois já
entendíamos que essa não é a lógica que queremos para uma educação pública,
gratuita, laica e de qualidade. Repudiamos a posição da direção majoritária da
UNE (PT e PCdoB) e desse “novo” Campo popular (PT e Levante Popular da Juventude)
que vem surgindo dentro da entidade, de apoio ao REUNI. Devemos analisar criticamente
o REUNI e denunciar a precarização das universidades após o REUNI. Denunciar o governo
(PT/PMDB) que abandona e sucateia cada vez mais a educação no país.
Vamos à luta, construir a universidade desejada!!